terça-feira, 23 de abril de 2013

COMEÇANDO A CONVIVER COM O ESPORTE.

Em 1986 comecei  acompanhar  definitivamente o futebol. Lembro-me que em 1985 assisti à eliminação do Atlético MG no Campeonato Brasileiro, em uma semi-final em que era quase unanimidade nacional o seu favoritismo. Atlético MG X Coritiba, Bangu x Brasil de Pelotas. E o Coritiba levou o título da temporada. Também em 1985 acompanhei um jogo treino na Vila Olímpica, antigo centro de treinamento do Atlético entre Seleção Brasileira X Atlético (Júnior). No primeiro tempo 6 x 0 para o Brasil. Zico, Sócrates, Cerezo, Éder, Junior, Falcão, Luizinho, Oscar entre outras feras inesquecíveis.  No intervalo fomos embora, pois o técnico Telê Santana colocou em campo alguns jogadores que não despertavam tanto interesse. Eram nada mais nada menos que Paulo Vitor, Careca, Branco, Silas, Júlio César, Muller, Alemão, todos tiveram carreira de muito sucesso.
E foi a partir de 1986 que o futebol virou parte do meu dia-a-dia. Foi aí também que despertou em mim uma outra paixão. A Imprensa Esportiva.
Acompanhava pela  extinta Rede Manchete de Televisão, o dia-a-dia da Seleção Brasileira que treinava na Toca da Raposa nos preparativos para Copa do Mundo no México.  Passei a assistir e ouvir todos os programas esportivos de Rádio e TV. Rádio Itatiaia passou a fazer parte da minha rotina. Acompanhava diariamente, Manchete Esportiva, Esporte Total, Globo Esporte, Minas Esporte, Campeonatos Mineiro, Paulista e Carioca.  Estava por dentro de todos os detalhes e fui virando um arquivo de informações. Por várias vezes ganhei prêmios no programa “Bola Premiada” da Rádio Itatiaia, programa de perguntas e respostas sobre o futebol.
A cada entrevista de treinadores, a cada jogo, acompanhava atentamente as opiniões dos comentaristas. Telê Santana, Jair Pereira, Carlos Alberto Silva e o meu favorito Ênio Andrade, que fazia das suas entrevistas coletivas depois do jogo, uma aula de esquema tático.
Assim fui aprendendo o que significava um 4-3-3, 4-4-2 e por aí a fora. Assistir um jogo deixou de ser  exclusivamente torcer para o time fazer gol e sim analisar movimentos e posicionamento dos atletas dentro de campo as ,variações e funções táticas. Assim voltei a ter chances no futebol, não como um jogador, mas quem sabe, como treinador. 

Por Alexandre Oliveira

quinta-feira, 4 de abril de 2013

MINHA TENTATIVA DE SER JOGADOR DE FUTEBOL.

Quando nasci já encontrei na família três irmãs. Como meu pai viajava muito à trabalho,  vivi até os 5 anos praticamente sem contato com a bola. Quando mudamos de bairro, conheci alguns garotos e fui para as brincadeiras de rua. Não conhecia os nomes das brincadeiras com bola como: Peladinha, Controle, Golzinho, Tira-Tira. Minha intimidade com bola era nenhuma, gostava muito mais de brincar de carrinho. Aos poucos, para acompanhar os colegas, comecei a gostar das brincadeiras com bola. E fui gostando cada vez mais. Porém a habilidade necessária para se despontar no futebol me faltava. Ganhei um brinquedo que seria o mais usado em toda a minha infância e que até hoje as vezes brinco com os meus os filhos, o "Jogo de Botões". Jogando, muitas vezes com meu cunhado César "Bocão", fui decorando as escalações dos times, que conhecia através do "Futebol Card", para ir narrando os jogos de mesa. Usando a imaginação de toda criança transformava aquelas jogadas de mesa em minhas jogadas no futebol. Na vida real formávamos times para jogarmos o futebol de rua. Criamos o "Canarinho F C" e nossa concentração era dentro de um banheiro desativado que ficava no quintal da casa do Radamés, um jogador do time. Cada garoto contribuía com 5 centavos, quando tinha, para compra açúcar e um pacote de "Ki-Suco", para felizes comemorarmos depois do jogos. Fazíamos campeonatos onde os troféus eram com base de madeira, taco e cabo de vassoura, e um bonequinho. Joguei também no Eliseu F C, time que levava o nome devido as camisas do uniforme que eram de um candidato ao  governo do Estado. Eu estava muito longe dos melhores jogadores mas o primeiro gol do Eliseu foi meu, marcado com muito oportunismo, de barriga.
No futebol de campo tentei ser jogador do São Bernardo E C. Entrei para escolinha para jogar como lateral direito. Comprei até chuteiras mas o futebol mesmo nada. Treinava sozinho no quintal da minha casa e as plantas é quem sofriam com os chutes. Um dia o Carlinhos Açougueiro me levou para jogar no Campo Verde. A atuação foi péssima e eu desisti de ser jogador de futebol de campo. Na Educação Física da escola eu sempre era um dos últimos a ser escolhido no par ou ímpar. Fui vendo a minha chance de ser jogador chegando ao fim. Como já estava "louco" por futebol, decidi que para continuar no mundo da bola, teria que ser de outra forma.
Na tentativa de virar um jogador de futebol tentei ser goleiro, posição que meu pai jogou. Aos sábados as 6 da manhã estávamos realizando o pesado treinamento de goleiro. Eu, Demetrius e os goleiros Cléber (titular do Amador do São Bernardo e que tinha uma grande elasticidade apesar do seu sobre-peso) e o Júlio que treinava muito mas não se firmava em nenhum time. Tomei a dura mas correta decisão que dentro das quatros linhas eu não tinha chances. Como nunca pensei em ser Arbitro ou Bandeirinha, a maneira de continuar no futebol era ser o Treinador do time. E foi exatamente isso que eu fui fazer. 
Pode uma pessoa que não tem o dom de jogar futebol ser um treinador? Como fiz isso, conto no próximo no post.

Por Alexandre Oliveira